Médica alerta sobre os cuidados necessários para prevenir hipertensão, doença que afeta milhões de brasileiros

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O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é celebrado nesta sexta-feira (26). A data instituída em 2002 pela Lei Federal nº 10.439 visa conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessa doença silenciosa, que afeta milhões de brasileiros.

De acordo com dados do primeiro relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a hipertensão, divulgado em 2023, a doença atinge cerca de 25% da população brasileira entre 30 e 79 anos. Quando não controlada, ela se torna o principal fator de risco para diversas enfermidades graves, como doença isquêmica coronariana, Acidente Vascular Cerebral (AVC), doenças renais, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes.

Queixa principal

No Núcleo de Saúde da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que oferece atendimento ambulatorial, primeiros socorros, acompanhamento nutricional e psicológico aos parlamentares e servidores, a hipertensão é a principal queixa entre os pacientes. Um levantamento de 2021 revelou que 53,8% dos servidores apresentaram alterações na pressão arterial, seguido por dor de cabeça (35,8%), tontura ou vertigem (4,6%), sintomas respiratórios (4%) e alterações na glicemia (1,7%).

Há um ano, o jornalista e chefe de redação da TV Assembleia (canal 57.3), Johann Barbosa, descobriu ter pressão alta durante uma consulta de emergência no núcleo. Ele não apresentou os sintomas clássicos, como dor de cabeça ou taquicardia.

“Suei muito durante a noite e vim trabalhar normalmente, sem sentir nada. Minha esposa comentou comigo sobre o Núcleo de Saúde da Assembleia e me orientou a passar por lá. Foi quando descobri que estava com pressão alta, registrando 14/8 logo de manhã cedo. Saí, demorei um pouco e medi novamente a pressão, que estava alta novamente. Foi aí que a médica indicou começar com o remédio antes de procurar um especialista, pois minha pressão já estava elevada. Na consulta com o especialista, após fazer outros exames, confirmou-se que minha pressão estava bem alta”, contou o servidor.

Desde então, Johann faz uso de medicação para controlar a pressão arterial e reconhece a importância de mudanças no estilo de vida para evitar que a doença se torne crônica.

“Preciso mudar a rotina de alimentação e de exercícios para que essa condição não se torne permanente. Tento, mas ainda não está como deveria. Não pode ser algo do tipo ‘vou fazer quando der’, pois tenho compromissos com o trabalho, os filhos, a esposa e a rotina diária. É preciso incluir na rotina os exercícios e a alimentação. Mudar a alimentação é mais fácil, mas incluir os exercícios é um pouco difícil. No entanto, não posso mais deixar isso de lado”, complementou.

A exemplo de Johann, para os servidores que desejam atendimento ambulatorial ou emergencial, o Núcleo de Saúde funciona na sede da Assembleia Legislativa, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. As consultas de nutrição e psicologia são realizadas presencialmente na Avenida Ville Roy, nº 5717, bairro São Francisco. Além disso, o serviço de psicologia também é oferecido de forma remota, com agendamento pelo número (95) 98402-4653.

Causa, prevenção e tratamento

Para obter mais informações sobre a hipertensão arterial, entrevistamos a médica Izabela Marques, do Núcleo de Saúde da ALE-RR. Confira a entrevista:

O que é hipertensão?

A hipertensão arterial é uma doença crônica que causa danos aos órgãos devido ao aumento da pressão sanguínea. Imagine o fluxo sanguíneo como o sistema de encanamento de uma casa, onde a água passa pelos canos. Nosso sangue é como essa água, fluindo pelos vasos sanguíneos. Se a pressão se tornar muito alta, pode ocorrer rachaduras ou vazamentos. Embora nem sempre cause lesões graves, pode levar a danos e inflamação. Dependendo do local da lesão, podem surgir sintomas graves devido ao fluxo sanguíneo anormal para os órgãos.

Quais são os valores ideais de pressão arterial?

Para adultos, considera-se ideal que a pressão não ultrapasse 130 sistólica e 85 diastólica (ou seja, não mais que 13 por 8/5). No entanto, durante algumas circunstâncias, como atividade física intensa ou estresse, é comum que a pressão aumente temporariamente. Em situações mais intensas, como após um susto, acidente de carro, há maior risco de complicações se o paciente já estiver com pressão arterial elevada.

Quais são as causas da hipertensão?

Existem dois tipos de hipertensão: primária (essencial) e secundária. A secundária é consequência de doenças específicas, como renais ou cardíacas. Quando a causa é identificada, tratamentos específicos podem resolver o problema. Já a hipertensão primária é multifatorial e está relacionada a estilo de vida. Fatores como qualidade do sono, alimentação inadequada (alta em sódio), sedentarismo e obesidade aumentam a predisposição.

Como prevenir a hipertensão?

A prevenção envolve alimentação saudável, com vegetais e preparação caseira, atividade física regular (idealmente 45 minutos, pelo menos 3 vezes por semana) e bons hábitos de sono (evitar pelo menos 2 horas antes de dormir o estímulo das telas e dormir de 7 a 8 horas ou o tempo suficiente para o seu organismo se recuperar do estresse do dia anterior.

Quais cuidados médicos e monitoramento são recomendados?

Como a hipertensão é silenciosa, quem tem histórico familiar deve ter controle rigoroso. Consultas médicas regulares são essenciais. Além da pressão arterial, avaliar outros fatores como colesterol, triglicerídeos e glicemia. Isso ajuda a prevenir complicações vasculares, como infarto, AVC e cegueira.

E quanto ao tratamento?

Depende do nível de hipertensão. Medidas não farmacológicas incluem perda de peso, atividade física e dieta equilibrada. Se essas não forem suficientes, medicações são necessárias, com várias classes disponíveis. escolha de cada um depende de como o organismo daquela pessoa reage. Alguns pacientes têm pressão alta e um ritmo cardíaco acelerado, então procuramos uma medicação que aborde essa questão. Outros apresentam inchaço devido à hipertensão, então associamos um diurético. Geralmente, a escolha depende de como a hipertensão se manifesta e do seu nível. Alguns pacientes necessitam combinar várias medicações, especialmente quando o controle é difícil, principalmente aqueles que não estão dispostos a mudar um pouco da rotina.

Texto: Suellen Gurgel
Foto: Nonato Sousa/SupCom-ALE-RR

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