A Associação PanAmazônia de empresários do Norte enviou uma carta para o Ministro dos Transportes, Renan Filho, pedindo para que a BR-174 passe por uma “urgente recuperação” em trechos que apresentam problemas aos motoristas. A rodovia federal é a única forma de sair ou chegar a Roraima por via terrestre e liga o Brasil à Venezuela.
A carta foi elaborada por Belisário Arce, diretor executivo, fundador e presidente da Associação PanAmazônia. No documento, ele destaca os problemas não só da BR-174, como também da BR-319 e da BR-163 afirmando que “a plena transitabilidade dessas estradas é vital para assegurar a mobilidade, a prosperidade para as populações locais e também a integração amazônica”.
De acordo com o documento, a restauração do asfalto no trecho entre Pacaraima e Manaus, assim como a criação de uma estação de pesagem e de um posto da Polícia Rodoviária em Jundiá, e, por fim, a realização de obras para diminuir a altitude ou criar uma rota alternativa na serra Maria Ceará.
“Quanto à BR-174, é urgentíssima a recuperação do asfalto no trecho entre Pacaraima e Manaus, assim como a instalação de balança e de posto da Polícia Rodoviária em Jundiá, e, finalmente, o rebaixamento ou desvio da serra Maria Ceará. Essa rodovia liga o Brasil à Venezuela a outros países da parte norte da América do Sul, sendo de grande importância comercial e política”.
Procurado, o Ministério de Transportes informou que o Governo Federal entende ser necessário debater todos os projetos de infraestrutura com seriedade, técnica e respeito ao meio ambiente e às necessidades das comunidades locais. Desta forma, “nenhuma proposta, mesmo as de maior complexidade, deve ser descartada de imediato”.
A pasta destacou ainda que, dentro do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo Governo Federal em agosto deste ano, há três projetos relacionados com a BR-174: restauração da BR-174/RR (entroncamento da RR-400 – fronteira Brasil/Venezuela; restauração da BR-174 (divisa RR/AM – Rorainópolis); e restauração da BR-174/AM, além da adequação da BR-174/AM, entre Manaus e Presidente Figueiredo, que está em andamento.
Ao todo, são R$ 21,3 bilhões dentro do Novo PAC para os estados da região Norte apenas para obras de infraestrutura de transporte.
Única rodovia que liga Roraima ao restante do Brasil, a BR-174 acumula reclamações de trechos – ao Norte e ao Sul, com atoleiros e problemas de trafegabilidade. A falta de infraestrutura impacta diretamente no transporte de cargas e tráfego de veículos de grande porte que chegam ao estado com alimentos e combustível.
É pela rota Manaus – Boa Vista , trecho de 715 quilômetros, que chega a Roraima o combustível usado para suprir o fornecimento de energia da população – isso porque o estado é o único fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a população depende de termelétricas locais.
Em março deste ano, uma comitiva com três dos oito deputados federais de Roraima fez uma vistoria no trecho mais crítico da rodovia. Na ocasião, se comprometeram a cobrar do governo federal que houvesse manutenção constante.
Em março deste ano o g1 fez a rota Boa Vista – Manaus e ouviu motoristas que se queixaram das condições da estrada. A falta de infraestrutura na BR-174 é um problema antigo. Em 2021, o g1 mostrou que a rodovia tinha trechos sem asfalto, sem acostamento e muitos buracos na pista. Este ano, em março, a reportagem esteve novamente na rodovia e os problemas relatados se repetiam.
Texto: Caíque Rodrigues, g1 RR
Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
