Entidades debatem em seminário na ALE-RR como fortalecer rede de economia solidária no Estado

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Mais de dez entidades da sociedade civil organizada e da esfera governamental participaram na manhã desta quarta-feira (31) do seminário “Fortalecendo a Rede da Economia Solidária em Roraima”. O evento, realizado no Plenário Valério de Magalhães, da Assembleia Legislativa (ALE-RR), contou também com a participação on-line de vários sindicatos e da diretora de Projetos da Senaes (Secretaria Nacional de Economia Solidária), Renata Studart, que fez uma apresentação sobre a atual situação do órgão.

“Depois da extinção da Senaes no governo Temer, voltamos a ser uma secretaria. Obviamente que em um ano não vamos retomar tudo, mas muito trabalho já foi feito, para fortalecer e rearticular a economia solidária. Para 2024, nossa estratégia é a chamada para a Conferência Extraordinária de Economia Popular e Solidária, que deve acontecer em junho. Vamos focar nos trabalhos e nas convocações municipais e territoriais”, anunciou Renata, ao pedir que todos participem das articulações.

O superintendente de Programas Especiais da ALE-RR, Pablo Sérgio Bezerra, relembrou que a economia solidária foi uma pauta efervescente em todo o Brasil, mas que ficou estagnada nos governos passados.

“Com a ruptura do governo da presidente Dilma, tudo parou, mas ano passado foi retomado sob a ótica dos poderes públicos. Então. a Assembleia Legislativa, com o Fórum Estadual de Economia Solidária, resolveu fazer esse seminário para trazer as instituições que estão envolvidas com essa pauta para se fazer um plano de ação e dar visibilidade a esses empreendimentos, além de fortalecer a rede. Queremos chamar o governo do Estado, a prefeitura e os outros órgãos federais para entrarem no fórum e fazer um plano de ação permanente, para poder acontecer de forma mais organizada a economia solidária em Roraima”, explicou Bezerra.

A coordenadora do Fórum Estadual de Economia Solidária, Elielma Coelho Derzi, ressaltou que o fórum é tripartite, reunindo o Estado e as entidades de apoio, como as cooperativas, associações e grupos produtivos. “Ele funciona na articulação desses atores para a temática de universalidade, sendo o fórum o legítimo movimento para fazer essa articulação, chamar governos e entidades para esse debate, a fim de formular políticas que atendam ao que se propõe a economia solidária”, explicou.

Conforme detalhou, a economia solidária não visa somente à parte econômica. Pelo contrário, vai muito além, porque se volta para o ser humano, o meio ambiente e para a construção de uma sociedade mais justa dentro do processo de desenvolvimento. “Hoje, os atores que fazem a economia solidária no Estado estão meio dispersos, fazendo suas ações em lugares diferentes. Então, o fórum é esse instrumento para reunir todas essas pessoas porque a economia solidária trabalha o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade, a produção orgânica e sustentável, para se ter um Brasil mais justo”, destacou.

O presidente da Associação de Bem Viver com a Vida, José Oliveira Filho, disse que a economia solidária sempre fez parte da entidade que ele representa, beneficiando grupos de artesãs, migrantes da etnia Warao e pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST).

“A gente dá todo suporte para elas para que possam tirar a subsistência, sem ter que ficar mendigando. Elas produzem o próprio alimento, as próprias condições. Assistimos 350 pessoas que estão em abrigo. E estamos aqui para poder levantar a bandeira da economia solidária e fazer com que a gente tenha políticas públicas para direcionar a economia solidária, gerar renda para que as pessoas sejam autossuficientes”, disse.

Nesta mesma linha de pensamento, está Suely Melo, da Associação de Mulheres Empreendedoras do Pedra Pintada, que reúne 300 associadas e as capacita para o mercado de trabalho. “Nós trabalhamos nessa área para dar oportunidade às mulheres que querem realmente ter uma capacitação e uma oportunidade a mais no currículo. Em parceria com a Eneva S.A, empresa de geração de energia, a associação desenvolve o projeto Elas Empreendedoras, que reúne 40 mulheres.

“Esse evento é de suma importância porque vamos tirar daqui uma comissão resolutiva que vai trazer mais um norte para a gente, que possa somar com a economia solidária através de oportunidades para as entidades”, avaliou Suely, ao destacar que a entidade já se envolveu em outras ações para garantir a regularização e infraestrutura do bairro Pedra Pintada.

Texto: Marilena Freitas

Foto: Eduardo Andrade

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